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Saiba o motivo pelo qual 'As Vantagens de Ser Invisível' não foi indicado ao Oscar!

Posted on quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O site norte-americano PopWatch da EW recentemente postou uma matéria contando o motivo pelo qual 'As Vantagens de Ser Invisivel' não foi indicado ao Oscar, uma matéria muito boa por sinal, veja:




Quase todos os anos, brilhantes filmes são totalmente ignorados pelo Oscar, - Rastros de Ódio, Feitiço do Tempo, Breathless, King Kong, 007 Cassino Royale, A Marca da Maldade, Clube dos Pilantras, Caminhos Perigosos, O Grande Lebowski- a academia tem um longo histórico de negligenciar comédias, filmes de ação, filmes de terror, filmes estrangeiros, e documentários que não são sobre a Segunda Guerra Mundial. Este ano veremos filmes muito pequenos, muito estranhos, ou talvez simplesmente incríveis demais para o Oscar. Estes são os ‘não nomeados’.

O Filme: 'As Vantagens de Ser Invisível', uma adaptação emocional do primeiro romance adulto-juvenil de Stephen Chbosky, estrelado por Logan Lerman como o autêntico “invisível” Charlie, Emma Watson (em seu primeiro grande papel pós-Harry Potter, a menos que você conte Minha Semana Com Marilyn, o que você não deveria) como Sam e seu conturbado sonho de menina, e Ezra Miller como Patrick, o chamativo e extravagante meio-irmão e melhor amigo de Sam.

Por que não foi nomeado: Apesar de 'As Vantagens de Ser Invisível' ter sido publicado em 1999, a historia se passa entre 1991/1992, uma adaptação desta história ‘catnip’ para os dias modernos, jovens alternativos e os nostálgicos pertencentes à ‘Geração X’ também. Infelizmente, sendo que a maioria dos membros da Academia sejam um pouco mais velhos do que qualquer um desses grupos, este tranquilo filme escolar provavelmente não foi captado pelo “radar de prêmios”.


Mais amplamente, o Oscar tem um histórico de negligenciar filmes do cinema ‘teen’, clássicos do gênero como As Patricinhas de Beverly Hills, Clube dos Cinco, Picardias Estudantis, Atração Mortal, e Três é Demais foram fortemente ignoradas durante os seus respectivos anos de Oscar. (Uma exceção: Loucuras de Verão, que foi nomeado para cinco Oscars, incluindo Melhor Filme) Histórias sobre adolescentes tendem a ser vistos como certamente sem importância, a menos que estejam ancoradas por uma figura inspiradora adulta (veja Sociedade dos Poetas Mortos, vencedor de Melhor Roteiro Original) ou um telefone de hambúrguer, tão contraditório quanto isso possa parecer (Alô, Juno).

Um elenco que está cheio de veteranos de franquias cinematográficas e atores de TV, provavelmente não ajudou. Antes de 'As Vantagens de Ser Invisível', Lerman era mais conhecido por interpretar o filho de Poseidon na tola adaptação de Percy Jackson em 2010. Watson é famosa por estrelar na maior e mais lucrativa série de todos os tempos [Harry Potter]. A mãe, o pai e a irmã de Charlie são todos interpretados por veteranos da televisão - Kate Walsh, Dylan McDermott, e Nina Dobrev - que não têm sequer a decência de estrelar nos programas da HBO ou AMC. E embora o papel revelação de Miller tenha sido o assassino personagem-título do filme independente ‘Precisamos Falar Sobre o Kevin’, apenas um ator talentoso não faz um elenco de prestígio.

Por que ele será mais lembrado que ‘Amour’: Não há nada de original sobre romance adolescente não correspondido, jovens deslocados encontrando gradualmente os locais onde pertencem, ou um garoto problemático que se abre para um professor incrível. Mesmo assim, 'As Vantagens de Ser Invisível' dá vida a esse material potencialmente clichê. O filme capta a alegria e a agonia do ensino médio sem condescender com seu público ou romantizar a dor seus personagens. E o mais importante: ele consegue incorporar uma série de questões importantes - abuso, depressão, suicídio - sem nunca parecer melodramático. O filme também permite que seus personagens se envolvam em comportamentos normais para um adolescente - leia-se: beber e o usar drogas socialmente - sem sensacionalismo com o que estão fazendo e sem puni-los por isso, uma atitude que é curiosamente difícil de encontrar em filmes sobre adolescentes.

Stephen Chbosky merece crédito por escrever um roteiro que canaliza o espírito desse romance enquanto lapida suas bordas ásperas – a prosa robótica de Charlie, a caracterização da garota sonhadora Sam e a torção do terceiro ato que aqui é menos que um rascunho do que estava no livro (Em ambos, porém, esse ponto da trama é desnecessário, dando uma razão definitiva para a alienação de Charlie, se sentindo como uma deslocada.) 'As Vantagens de Ser Invisível' é claramente uma história muito pessoal, porém o roteiro de Chbosky a torna específica, mas universal, ampla o suficiente para ser relacionável, contudo aterrada pelo seu cenário de época e cores bem posicionadas. (Nativos de Pittsburgh irão se emocionar em ver personagens falarem sobre ir para Schenley Park ou chamando um ao outro de "jagoffs.")

Muitas vezes, tentaram (e falharam) ao traduzir literalmente história de adaptações de amados romances da página para a tela. Mas 'As Vantagens de Ser Invisível' não é uma transliteração vil de seu material de origem - Chbosky livremente descarta histórias de fundo desajeitadas e sub tramas estranhos. Isso é uma jogada arriscada, especialmente para um livro que tem uma base de fãs ardente apaixonada - mas aqui, ela funciona. É quase como se 'As Vantagens de Ser Invisível', o romance, sempre fora destinado para ser um rascunho, enquanto 'As Vantagens de Ser Invisível' do filme é o produto polido, acabado - uma versão da história beneficiada pelos anos de amadurecimento que Chbosky sofreu entre a publicação do livro e a conclusão do filme.

Performances fortes do filme também merecem reconhecimento. O silenciosamente poderoso Charlie, interpretado por Logan Lerman, trouxe humor a um personagem que surge rigidamente nas páginas, embora a sua interpretação possa ser um pouco discreta para impressionar os eleitores. Ezra Miller, porém, definitivamente poderia ter marcado um aceno de cabeça, especialmente considerando o quão maçante a disputa de Melhor Ator Coadjuvante deste ano está.

Patrick é colorido, mas não caricato, uma explosão de boas-vindas luminosas numa história que beira o exagero, e quando Miller atua em cenas mais sérias, ele é tão cativante como quando ele está sugerindo que Charlie tente escrever uma série detetive chamada ‘Slut and the Falcon’. Entre 'As Vantagens de Ser Invisível' e 'Precisamos Falar Sobre o Kevin', Miller certamente está provando a si mesmo que é um ator jovem com uma gama sobrenatural; pra não dizer mais, a glória do Oscar parece estar em seu futuro.

Confira a matéria original clicando aqui

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