As duas melhores críticas sobre The Perks
Posted on domingo, 9 de setembro de 2012
Com o lançamento do filme por vários lugares já tem saído grandes 'reviews' interessantíssimos sobre o filme e maioria elogiando demais a atuação do Ezra.
Separamos duas delas. Uma é brasileira, do site Omelete, onde Érico Borgo o classifica como Excelente, coisa difícil por lá. E do nosso amigo Daniel Pratt que já deu uma entrevista sobre algumas cenas do filme para gente! Confira:
As Vantagens de Ser Invisível Dirigido de Stephen Chbosky
Por Daniel Pratt
Cada geração tem o seu livro para “jovens adultos” que é reverenciado e carinhosamente lembrado quando o agora adulto, olha para trás. O que antes era To Kill a Mockingbird, Where the Red Fern Grows ou Apanhador no Campo de Centeio hoje é As Vantagens de Ser Invisível.
Os fãs de Perks são um grupo voraz. Eles têm sites espalhados por toda a Internet, em vários idiomas, onde eles compartilham sua adoração pelo livro, bem como as suas experiências do ensino médio um com o outro. É por isso que o alvoroço dos fãs não foi nenhuma surpresa, quando foi anunciado que o autor Stephen Chbosky estaria trazendo seu best-seller 1999, para a grande tela.
As Vantagens de Ser Invisível é a história de crescimento de Charlie (Logan Lerman), começando seu primeiro ano do ensino médio. Charlie, um jovem inteligente e tranquilo, um jovem que não tem amigos, tem esperança de que a escola vai mudar as coisas e conceder-lhe um novo sopro de vida social.
Inicialmente ele não tem muita sorte, até que ele começa a conversar com Patrick (Ezra Miller), um aluno mais velho da turma, mais tarde junta-se a eles a meia-irmã de Patrick, Sam (Emma Watson), que o ajuda a encontrar seu passo e um lugar para encaixar. A história segue então Charlie enquanto ele navega por novas amizades e experiências, os altos e baixos de ser uma adolescente, e ao lidar com alguns demônios de seu passado.
O livro é uma série de cartas pessoais escritas por Charlie, que poderia ter sido um desafio a adaptação para o cinema. No entanto, Chbosky incorpora algumas entradas mais eficazes como montagens e narração para manter a sensação de intimidade. Os sentimentos profundos e pessoais de Charlie são o centro, recriando o sentimento de que estamos dentro de sua cabeça compartilhando suas experiências.
A vulnerabilidade e falta de jeito que Logan Lerman captura maravilhosamente ajuda, tanto quanto Emma Watson que encarna Sam de espírito livre e peculiar com calma. O desempenho de destaque vem de Ezra Miller capturando nossa atenção desde o momento em que ele pisa na tela, gerando o sentimento “maior que a vida” do personagem escrito no livro.
É raro que uma adaptação cinematográfica pode encapsular completamente a essência de um livro, ainda neste caso, Stephen Chbosky faz um trabalho magistral com seu roteiro e direção. Chbosky não tinha experiência anterior como diretor, além de um filme indie (The Four Corners of Nowhere), mas tinha experiência escrevendo a adaptação 2005 de Rent e a série de TV Jericho.
Enquanto alguns momentos do filme podem parecer lembra de clássicos de John Hughes dos anos 80, os desempenhos, a continuidade temática e o são a certeza de provocar sorrisos e lágrimas.
Enquanto os fãs, sem dúvida, que esperam ansiosos pelo filme, e no final estarão satisfeitos com o resultado sem duvida, aqueles não familiarizados com a história também devem relacionar-se facilmente uma vez que, em algum momento de nossas vidas, nos todos já não nos sentimos como um estranho na Ilha dos Brinquedos Quebrados (Misfit Toys)?
As Vantagens de Ser Invisível - Drama de amadurecimento emociona ao som do rock alternativo dos anos 80 e 90
Por: Érico Borgo
Em seu segundo trabalho como diretor, Stephen Chbosky adapta seu próprio romance, As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower, 2012).
O drama de amadurecimento acompanha um garoto de 15 anos, Charlie (Logan Lerman, de Percy Jackson e o Ladrão de Raios), no momento de sua entrada no colegial em Pittsburgh. Ele se recupera de uma depressão, que lhe rendeu tendências suicidas, e da perda de seu único amigo. No colégio, porém, começa sua jornada de socialização, de crescimento e recuperação com a inadvertida ajuda de dois veteranos, Patrick (Ezra Miller, de Precisamos falar sobre o Kevin) e Sam (Emma Watson, de Harry Potter), que o recebem em seu mundinho à parte dos populares da escola.
Ter Chbosky no comando da adaptação mantém a força do material original. Ninguém entende e se preocupa com os personagens mais que seu autor, afinal - e ele valoriza cada momento de tela de todos eles. A primeira aparição de Sam, por exemplo, é memorável e Emma Watson esvazia em segundos qualquer resíduo de sua atuação como Hermione que possa teimar em permanecer na mente depois de 10 anos vendo-a no papel da bruxinha. Ela está adorável e sabe trabalhar toda a complicada bagagem da personagem.
Lerman e Miller também fazem bonito e suas sequências juntos são excelentes. Enquanto o primeiro mostra que tem qualidade de atuação para convencer nesse difícil papel, que requer enormes variações emocionais ao longo do filme, o outro torna seu Patrick uma força magnética em tela.
Chbosky pode não ter muitos recursos como cineasta, mas a história não pede mais do que o básico. Ainda que ele consiga algumas sequências estéticamente belas, não é essa a necessidade do filme. São os diálogos (e o que não precisa ser externalizado) que movem a adaptação - e ter o criador desse mundo presente o tempo todo no set sem dúvida ajudou muito os protagonistas e o elenco de apoio (especialmente os jovens), que também está ótimo.
O cineasta também esta muito à vontande com relação à música. As canções do filme estabelecem identidade aos personagens e abusa de referências dos anos 80 e início dos 90. Ouvem-se Pavement, New Order, L7, Cocteau Twins, Sonic Youth, The Smiths... que são colocadas ao lado da clássica, "Heroes" (77), de David Bowie, que soa como o hino do filme. A música toca em dois momentos importantes e serve para demonstrar a sensação, hoje quase perdida, da descoberta sonora (ou qualquer outra). Afinal, eram os anos 90, quando se você ouvisse uma música e não soubesse seu nome, não adiantava cantarolá-la para o celular, pois o aparelho sequer existia ainda. Você tinha que trabalhar pelos seus gostos e seu desenvolvimento cultural.
As Vantagens de Ser Invisível termina uma sensível história de amizade, descobertas e amor idílico que faz pensar. A frase "Nós aceitamos o amor que pensamos merecer", um dos motes do filme, sozinha, rende algumas boas reflexões. A vibração pelas descobertas, a expectativa pelo próximo "mistério", é igualmente emocionante.
Enfim, fica aqui uma constatação curiosa. Se ao menos os produtores de Homem-Aranha tivesse assistido a este filme antes de realizarem o novo longa do herói saberiam como poderia (ou deveria) ser retratado o Peter Parker nas telas (obviamente, não me refiro aqui às tendências suicidas). E pensar que Logan Lerman foi dispensado para o papel...


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